sábado, 14 de agosto de 2010

PRA LPT 1

LÍNGUA E LINGUAGEM E FALA

A Língua pode ser definida como um código formado por signos (palavras) e leis combinatórias usados por uma mesma comunidade.



Por sua vez, a linguagem serve como instrumento de comunicação que faz uso de um código, permitindo, assim, a interação entre as pessoas - é a atividade comunicativa.
As linguagens apresentam características próprias de composição para adequarem-se aos veículos específicos, aos receptores, às épocas e às situações determinadas - são os diversos tipos de linguagem: linguagem de teatro, linguagem de programação, linguagem de cinema, linguagem popular.
Há inúmeros tipos de linguagem: a fala, os gestos, o desenho, a pintura, a música, a dança, o código Morse, o código de trânsito.
As linguagens podem ser organizadas em dois grupos: a linguagem verbal, modelo de todas as outras, e as linguagens não verbais. A linguagem verbal é aquela que tem por unidade a palavra; as linguagens não verbais têm outros tipos de unidade, como o gesto, o movimento, a imagem.
Cada indivíduo pode fazer uso próprio e personalizado da língua, dando origem à fala, embora esta prática deva estar sempre condicionada às regras socialmente estabelecidas da língua.
Nesse sentido convém ressaltar que a colocação das palavras na frase e a mudança de relação entre elas são fatores de mudança de significado. Além disso, a leitura dos sinais de pontuação é também significativa, influenciando todo o significado de um enunciado.







TEXTO VERBAL E NÃO-VERBAL
A capacidade humana ligada ao pensamento que se manifesta por meio de palavras (verbum, em latim) de uma determinada língua caracteriza o texto ou linguagem verbal.
Existem, porém, outras formas de linguagem de que o homem lança mão para representar o mundo, expressar-se, comunicar-se: os gestos, a música, a pintura, a mímica, as cores. Trata-se da linguagem ou do texto não-verbal.
É possível apontar semelhanças e diferenças entre os dois tipos de textos. A análise criteriosa (leitura) dos signos utilizados nos textos não-verbais permite que o sentido seja apreendido e que se estabeleça comunicação, mesmo que a correspondência não seja absoluta e um mesmo tipo de mecanismo assuma contornos específicos em cada tipo de linguagem.
A utilização de recursos não-verbais na comunicação é freqüente e exige que o leitor esteja atento a essas formas de interação que, muitas vezes tomam o lugar dos textos verbais -ou a eles se associam -com o objetivo de produzir sentido de maneira mais rápida e eficiente – é o caso das tabelas, dos gráficos, dos sinais de trânsito, charges
AS DIFERENÇAS ENTRE FALA E ESCRITA

O primeiro mito que deve ser desfeito na relação entre fala e escrita é o de que a fala é o lugar da informalidade, da liberdade, do dizer tudo e da forma que quiser, e a escrita, por sua vez, é o lugar da realização formal, controlada e bem elaborada.
Na verdade, fala e escrita são duas realizações possíveis de uma mesma língua que tanto podem ser elaboradas quanto informais. O que determinará o grau maior ou menor de formalidade é o contexto em que o falante ou escritor estará inserido.
O que existe é uma maior valorização da escrita pela sociedade, justamente pelo fato de esta ser aprendida e desenvolvida em uma instituição social que é a escola. Entretanto, assim como a fala não possui uma propriedade negativa, a escrita também não é uma modalidade privilegiada, ou seja, não existe superioridade de uma modalidade em relação à outra.
As diferenças entre língua oral e língua escrita permitem traçar um quadro contrativo dos componentes básicos dessas modalidades.

Quanto à...
Fala
Escrita
Interação
Interação face a face. Mesmo contexto situacional.
Interação à distância (espaço temporal). Contexto situacional diverso.
Planejamento
Simultâneo ou quase simultâneo à produção.
Anterior à produção.
Criação
Coletiva, administrada passo a passo.
Individual.
Memória
Impossibilidade de apagamento.
Possibilidade de revisão.
Consulta
Sem condições de consulta a outros textos.
Livre consulta.
Reformulação
A reformulação pode ser promovida tanto pelo falante como pelo interlocutor.
A reformulação é promovida apenas pelo escritor.
Acesso
Acesso imediato às reações do interlocutor.
Sem possibilidade de acesso imediato.
Processamento


O falante pode processar o texto, redirecionando-o a partir das reações do interlocutor.
O escritor pode processar o texto a partir das possíveis reações do leitor.
Processo de Criação
O texto mostra todo o seu processo de criação.
O texto tende a esconder o seu processo de criação, mostrando apenas o resultado.
. VARIAÇÃO LINGÜÍSTICA - FALA E ESCRITA


VARIAÇÃO LINGÜÍSTICA E NORMA
Como falantes da Língua Portuguesa, percebemos que existem situações em que a língua apresenta-se sob uma forma bastante diferente daquela que nos habituamos a ouvir em casa ou nos meios de comunicação. Essa diferença pode manifestar-se tanto pelo vocabulário utilizado, como pela pronúncia ou organização da frase.
Nas relações sociais, observamos que nem todos falam da mesma forma. Isso ocorre porque as línguas naturais são sistemas dinâmicos e extremamente sensíveis a fatores como, por exemplo, a região geográfica, o sexo, a idade, a classe social dos falantes e o grau de formalidade do contexto. Essas diferenças constituem as variações lingüísticas.
Entre as variedades da língua, há uma que tem maior prestígio: a variedade padrão conhecida também como língua padrão e norma culta. Essa variedade é utilizada nos livros, jornais, textos científicos e didáticos e é ensinada na escola. As outras variedades lingüísticas são chamadas de variedades não padrão.
Observe no quadro abaixo as especificidades de cada variação:


Profissional

No exercício de algumas atividades profissionais, o domínio de certas formas de línguas técnicas é essencial. As variações profissionais são abundantes em termos específicos e têm seu uso restrito ao intercâmbio técnico.



Situacional

As diferentes situações comunicativas exigem de um mesmo indivíduo diferentes modalidades da língua. Empregam-se, em situações formais, modalidades diferentes das usadas em situações informais, com o objetivo de adequar o nível vocabular e sintático ao ambiente lingüístico em que se está.



Geográfica


Há variações entre as formas que a língua portuguesa assume nas diferentes regiões em que é falada. Basta prestar atenção na expressão de um gaúcho em contraste com a de um amazonense. Essas variações regionais constituem os falares e os dialetos. Não há motivo lingüístico algum para que se considere qualquer uma dessas formas superior ou inferior às outras.







Social

O português empregado pelas pessoas que têm acesso à escola e aos meios de instrução difere do português empregado pelas pessoas privadas de escolaridade. Algumas classes sociais, assim, dominam uma forma de língua que goza prestígio, enquanto outras são vitimas de preconceito por empregarem estilos menos prestigiados. Cria-se, dessa maneira, uma modalidade de língua - a norma culta -, que deve ser adquirida durante a vida escolar e cujo domínio é solicitado como modo de ascensão profissional e social.


Também são socialmente condicionadas certas formas de língua que alguns grupos desenvolvem a fim de evitar a compreensão por aqueles que não fazem parte do grupo. O emprego dessas formas de língua proporciona o reconhecimento fácil dos integrantes de uma comunidade restrita. Assim se formam, por exemplo, as gírias, as línguas técnicas. Pode-se citar ainda a variante de acordo com a faixa etária e o sexo.

Do ponto de vista estritamente lingüístico, não há nada nas variedades lingüísticas que permita considerá-las boas ou ruins, melhores ou piores, feias ou bonitas, primitivas ou elaboradas.
Dino Preti, autor e professor da PUC-SP, em reportagem na Folha de S.Paulo, afirma não haver mais linguagens puras ou padrões melhores ou piores. “O que existem são variações. A linguagem culta é ideal em certas condições e, em outras, não. Até palavrão é ideal algumas vezes.” O falante culto, afirma, não é o que conhece a gramática, mas o que sabe se adaptar às variações de linguagem, de acordo com cada situação. “Uma coisa é o especialista usar ‘deletar’ entre colegas, outra é ostentar o fato de ser um técnico em computação.” (Folha de S.Paulo, 24 jun. de 2003.)
Seja na fala seja na escrita, a linguagem de uma pessoa pode variar, ou seja, passar de culta ou padrão à coloquial ou até mesmo à vulgar. O gramático Evanildo Bechara ensina que é preciso ser “poliglota de nossa língua”. Poliglota é a pessoa que fala várias línguas. No caso, ser poliglota do português significa ter domínio do maior número possível de variedades lingüísticas e saber utilizá-las nas mais diferentes situações.
A linguagem culta é aquela utilizada pelas pessoas de instrução, niveladas pela escola. Ela é mais restrita, pois constitui privilégio e conquista cultural de um número reduzido de falantes.
Já a linguagem coloquial pode ser considerada um tipo de linguagem espontânea, ou seja, utilizada para satisfazer as necessidades vitais do falante sem muita preocupação com as formas lingüísticas. É a língua cotidiana, que comete pequenos – mas perdoáveis – deslizes gramaticais.
linguagem vulgar, porém, é própria das pessoas sem instrução. É natural, expressiva, livre de convenções sociais.
DIFICULDADES COM A LINGUAGEM ESCRITA

POR QUE, POR QUÊ, PORQUE OU PORQUÊ?

POR QUE – Utilizado no início de frases interrogativas. Com sentido de razão / motivo pelo(a) qual.
Por que você não foi à festa?
Gostaria de saber por que você não foi à festa.

POR QUÊ – Utilizado no final de frases interrogativas ou quando estiver isolado.
Você não foi à festa, por quê?

PORQUE – Utilizado em respostas, na introdução de causa ou explicação.
Não fui à festa porque estava doente.

PORQUÊ – Com valor substantivo, precedido de determinante. Pode ser substituído por motivo.
Quero saber o porquê de tanta gritaria.

A FIM DE ou AFIM?

A FIM DE – Com intuito
Nós procuramos a fim de estabelecermos relações comerciais.

AFIM – Com afinidade
São pessoas afins.

ONDE ou AONDE?

ONDE – Usado quando o verbo indica permanência (em que lugar).
Onde está o meu carro?

AONDE – Usado quando o verbo indica movimento (a que lugar).
Aonde você vai agora?

HÁ CERCA DE, ACERCA DE ou CERCA DE?

HÁ CERCA DE – Indica tempo decorrido.
A peça teatral está sendo apresentada há cerca de dois anos.

ACERCA DE – a respeito de.
Falávamos acerca de sua demissão.

CERCA DE – Indica arredondamento (perto de, coisa de, por volta de, em torno de, aproximadamente)
Cerca de 10 mil pessoas compareceram à manifestação.
Obs: Não usar para números exatos. Ex.: “Cerca de 543 pessoas...”

HAJA VISTO ou HAJA VISTA?

A expressão correta é HAJA VISTA, mesmo antes de palavras masculinas.

amos repetir a demonstração. Haja vista o interesse dos participantes.

TAMPOUCO ou TÃO POUCO?

TAMPOUCO – Também não.
Não compareci a festa tampouco ao almoço.

TÃO POUCO – Muito pouco.
Tenho tão pouco tempo disponível para essa tarefa.

A ou HÁ?

A – Preposição, indica tempo futuro, idéia de distância e na expressão a tempo.
Ele chegará daqui a duas semanas.
A cidade fica a 20 km daqui.
Não chegaremos a tempo de ver o espetáculo.

HÁ – Indica tempo decorrido, passado.
Há tempo que não trabalho tanto quanto agora.
Saiu há pouco do Rio de Janeiro.

A PAR ou AO PAR?

A PAR – Estar ciente de, sabedor.
Estou a par do ocorrido.

AO PAR – Termo usado em Operadores de Mercado Financeiro (indica paridade ou igualdade).
O lançamento de ações foi feito ao par (com base no valor nominal).

MENOS ou MENAS?

Forma correta é : “Há menos pessoas aqui do que lá”.

Não esqueça que NÃO existe a forma MENAS.

MÁS, MAS ou MAIS?

MÁS – Ruins.
Essas pessoas são muito más.
MAS – Conjunção coordenativa adversativa: entretanto, porém.
A virtude é comunicável. Mas o vício é contagioso.
MAIS – Antônimo de menos.
O jornal de hoje publicou mais fotos da vencedora do festival.

MAL ou MAU?

MAL – Antônimo de bem.
A criança estava passando mal desde ontem.

MAU – Antônimo de bom.
Houve mau uso dos equipamentos eletrônicos.

AO INVÉS DE ou EM VEZ DE?

AO INVÉS DE – Significa ao contrário de.
Maura, ao invés de Alice, resolveu se dedicar à música.

EM VEZ DE – É o mesmo que em lugar de.
Em vez de José, Carlos esteve presente.

A NÍVEL DE ou EM NÍVEL DE?

A forma A NÍVEL DE dita com tanta propriedade não existe, portanto deve ser eliminada ou substituída por EM RELAÇÃO A, NO QUE DIZ RESPEITO A.

A nível de presidente, eu acredito que...(INCORRETO)
No que diz respeito ao presidente, eu acredito que...(CORRETO)

A expressão EM NÍVEL DE pode ser usada quando for possível estabelecer níveis /patamares em relação ao que se fala.

As decisões tomadas em nível federal (estadual, municipal) poderão ser definitivas.

Obs: Em relação ao mar, aceita-se ao nível do mar ou no nível do mar.

A PRINCÍPIO ou EM PRINCÍPIO?

A PRINCÍPIO – Significa inicialmente, no começo, num primeiro momento.
A princípio havia um homem e uma mulher.

EM PRINCÍPIO – Quer dizer em tese, por princípios, teoricamente.
Em princípio, sou contra a pena de morte.
Ou use simplesmente:
Em tese, sou contra a pena de morte.

EM CORES

O pronunciamento do presidente foi filmado em cores ontem.

Conserta-se TV em cores.

NA RUA

Todos moramos em algum lugar e não a algum lugar.
Roberto residia na rua Augusta.

EM DOMICÍLIO ou A DOMICÍLIO?

O correto é entregas em domicílio. É o mesmo que fazer entregas em casa, no escritório.
Fazemos entregas em domicílio.

Obs.: Só usamos a domicílio com verbos de movimento.
Conduziram o doente a domicílio (melhor: ...ao seu domicílio).
SITO A ou SITO EM?

Nosso escritório situa-se na Avenida Brasil.

DIA-A-DIA ou DIA A DIA?

DIA-A-DIA – Cotidiano.
Isso é freqüente no nosso dia-a-dia.

DIA A DIA – Diariamente.
Suas chances de vitória aumentam dia a dia.

SE NÃO ou SENÃO?

SE NÃO – Pode ser substituído por caso não.
Devolva o relatório se não estiver de acordo.

SENÃO – Pode ser substituído por somente, apenas.
Não vejo outra alternativa senão concordar.

SENÃO – Substantivo, significando contratempo.
O show não teve nenhum senão.
PORISSO ou POR ISSO?

NÃO existe a forma PORISSO.

A forma correta é POR ISSO.

É por isso que você não vai mais errar.

AO ENCONTRO DE ou DE ENCONTRO A?

AO ENCONTRO DE – Designa uma situação favorável.
Nossas propostas vão ao encontro das atuais tendências do mercado.

DE ENCONTRO A – Dá a idéia de oposição, contrariedade, choque.
Temos pontos de vista diferentes: minhas idéias vão de encontro às suas.

COM CERTEZA OU CONCERTEZA?

Com certeza, é com certeza, separado!

CONTUDO OU COM TUDO?
COM TUDO – Faz referência a algo mencionado anteriormente, invariavelmente acompanhado do pronome ISSO.
Com tudo isso é possível perceber que estudar é essencial!
CONTUDO – Introduz uma idéia oposta ao que foi mencionado anteriormente, pode ser substituído por entretanto, porém, todavia, mas.
Contudo não é possível afirmar que todas as pessoas são felizes.

DERREPENTE OU DE REPENTE?

Só existe a forma DE REPENTE.

INFELIZMENTE OU INFELISMENTE?

Grafa-se infeliz com Z, portanto o advérbio INFELIZMENTE, derivado de infeliz, deve também ser grafado com Z.

OQUE OU O QUE?

Trata-se de uma expressão formada por duas palavras, portanto O QUE.
A falta de desenvolvimento sustentável é O QUE acarreta tantos problemas ao meio ambiente.
QUIS OU QUIS?

O verbo querer deve ser grafado com S, assim:
Eu não QUIS incomodar você. Ele também não QUIS. Talvez os outros QUISESSEM...

AGENTE OU A GENTE?

AGENTE – é substantivo.
Este é o AGENTE 007.
Ele é um AGENTE da Polícia Federal.

A GENTE – forma oral que na linguagem coloquial substitui o pronome NÓS.
- Vocês preferem ir ao cinema ou ao teatro?
- É claro que A GENTE preferi ir ao cinema.

OPNIÃO OU OPINIÃO? / OPITAR OU OPTAR? CORRUPTO OU CORRUPITO?



As formas corretas são OPTAR, OPINIÃO E CORRUPTO.

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